Vítor Ramos Sasse, de 8 anos, tem autismo de grau leve e foi uma das primeiras crianças a ser vacinada contra a Covid-19 em Garuva. A imunização foi realizada em sua casa no sábado (22). A dor sentida pelo menino no momento da inoculação é mínima ao ser comparada com o sofrimento da perda se seu querido avô, Otávio Alberto Ramos, de 77 anos, que, em agosto de 2020, tornou-se uma das 34 mortes por Covid-19 registradas no município, em um período onde não haviam vacinas disponíveis contra a doença.

De acordo com sua mãe, Priscila Ramos Sasse, a decisão de vacinar o filho é a continuidade de uma série de processos de imunização que a família passa desde sempre, com o progresso dos estudos que são realizados para a criação das vacinas.
“Vítor toma vacina desde quando nasceu, acreditamos totalmente na capacidade das pessoas que fizeram seus juramentos quando se formaram e foram capacitados por Deus para estarem ali nos seus devidos lugares, desde: cientistas, médicos, enfermeiros, e todos os outros que fazem o transporte; enfim, pessoas que foram importantes, também, para chegar até meu filho”, comenta.
O contato com as fake news
Priscila afirma que acompanhou de perto as fake news sobre as vacinações, principalmente, agora, das crianças, mas, segundo ela, não houve receio por parte da família. “Não são eles que fazem a diferença no mundo, pelo contrário, estão ali para a destruição de nós; da mesma forma que Deus capacita pessoas, o diabo também”, protestou.
A perda de um pai avô
A imunização do pequeno Vítor contra a Covid-19 foi de emoção para a família que ainda chora a perda do patriarca Otávio. Priscila, sua filha, revela que toda que os filhos e netos ainda sentem muito a perda do pai e avô, pois ele era muito amoroso e participativo no convívio familiar.

Ela ressalta que tem consciência de que todos possuem seu tempo aqui na terra, “mas a impressão que tenho, que esse vírus acelerou tudo isso, que tínhamos coisas a viver com eles ainda, que ficaram momentos a ser vividos, e, particularmente, ainda sobre pelo abraço que não dei em meu pai a última vez que vi ele, porque queria ter o cuidado e zelo por ele, por medo desse vírus; infelizmente, isso ainda mexe muito comigo. E, também, não posso deixar de falar de tantas outras vidas de pessoas que conheço que perderam seus entes queridos”, lamenta.

Agora que o filho iniciou o processo de proteção contra a forma mais grave da doença, Priscila reforça que acredita na eficácia da vacina, como forma de ‘driblar’ o vírus, destacando o avanço da medicina que tornou-se tecnologicamente mais rápida e dinâmica no âmbito da saúde.
Texto: Herison Schorr
Jornalista formado pela Faculdade Bom Jesus Ielusc
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Obrigado pela reportagem ! Deus abençoe sempre
Vivemos momentos de muita dor. Além do nosso saudoso cunhado Otávio, perdemos nossa amada irmã Jô.
Deixo o meu carinho e respeito a todos que fazem parte desta luta pela vida!